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Trata-se do primeiro estudo a identificar gene responsável por alergias. Problema resulta de uma combinação entre fatores genéticos e ambientais.

Cientistas sempre souberam que as alergias surgiam a partir de uma combinação entre fatores genéticos e fatores ambientais. Mas até agora, nenhum gene específico havia sido identificado como responsável por essa condição.

Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (24) pela revista “Science Translational Medicine” revela que uma falha genética relacionada a uma proteína chamada Fator de Transformação do Crescimento Beta (TGF-beta) pode ser responsável por estimular o organismo a reagir de maneira desproporcional a substâncias inócuas como comida, pólen e outros elementos ambientais.

“Temos evidência de que a mesma falha no TGF-beta que é responsável por algumas das manifestações clínicas vistas nas doenças de Marfan e de Loeys-Dietz também está por trás da série de eventos que culminam no desenvolvimento de condições como asma, alergias à comida e eczema (inflamação da pele)”, diz uma das autoras do estudo, Pamela Frischmeyer-Guerrerio, imunologista do Centro Infantil da Universidade Johns Hopkins.

As síndromes de Marfan e de Loeys-Dietz têm como sintoma a presença de anomalias em estruturas corporais como o esqueleto e os vasos sanguíneos. Pacientes costumam ser mais altos do que a média e ter membros anormalmente alongados.

Síndrome genética

Os pesquisadores avaliaram 58 pacientes com a síndrome de Loeys-Dietz e perceberam que eles sofriam de vários tipos de doenças alérgicas, em uma frequência muito superior à do resto da população. Em seguida, os autores fizeram uma análise do comportamento das células imunes desses pacientes, constatando sua propensão ao desenvolvimento de alergias.

Em situações normais, o TGF-beta desempenha um papel importante na inflamação, o que ajuda o sistema imunológico a lutar contra patógenos. Porém, o organismo também tem de tolerar substâncias externas que não são nocivas ao organismo, como a comida.

Os cientistas descobriram que, quando existe essa falha genética relacionada ao TGF-beta, como ocorre na síndrome de Loeys-Dietz, a proteína estimula o organismo a reagir de maneira desproporcional a substâncias do nosso cotidiano, como comidas e pólen, o que leva às alergias.

“A perturbação da sinalização do TGF-beta não apenas estimula as células imunes a se comportar da maneira errada, mas aparenta desbloquear sozinho a reação em cadeia que finalmente leva à doença alérgica”, diz Harry Dietz, cardiologista do Centro Infantil da Universidade Johns Hopkins.

O estudo ainda abre a possibilidade de que a droga losartan, utilizada para tratamento de alergias, pode ser um tratamento promissor para alergias.

Fonte: Bem Estar

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